Observem as crisálidas
Acentuam-se os sinais!
Já se ouvem os primeiros acordes da era vindoura.
Mais um pouco e soarão as trombetas!
Que os ouvidos se dêem a ouvir.
Que tombem todos os marcos!
Não existem fronteiras entre o céu e a terra.
Não existem barreiras entre o homem e o seu Senhor,
O que há são temores - penumbras
que se diluem à proximidade da Luz.
E calem-se as bocas nefastas!
Há muito seus ecos desalentam-se
por muito se repetir e apenas se repetir.
São idos os seus tempos. A Luz se intensifica!
A Luz! Não o incandescer efêmero das chamas.
A Luz! A que vem do despertar da Vida
que a alma aquece e diviniza
e a todo mal acanha e apascenta.
Que sejam despertos os homens!
Observem as crisálidas:
antes limitadas larvas e, de repente,
despertam aladas, em cores, tão lindas,
que o prazer do vôo é maior que o susto
frente à imensidão do espaço
que se lhes abre por inteiro!
Antes, grotescas comiam folhas,
beijarão as flores depois!
Quem lhes voltava a face, as contemplará.
Que os olhos se dêem a ver.
Que sejam despertos os homens!
Isabel Pakes
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