"O amor é a força mais sutil do mundo." -- Mahatma Gandhi

quarta-feira, 30 de setembro de 2015






Passaram se meses...
Passaram. O futuro por vir,
já no passado é presente.

                              Isabel Pakes


sábado, 20 de dezembro de 2014




Uma xícara de lembranças

Eram seis,
das outras não sei,
só uma restou na casa de minha mãe.

- Posso levar para mim?
- É só uma xícara... Leve. 

Impregnada de boas lembranças
dos natais da minha infância,
muito mais que um objeto de vidro
é um tesouro único que guardo
com carinho e com cuidado,
para nunca faltar à menina, 
que ainda mora em mim,
aquele gosto "encantado"
 de tubaína borbulhante
servida na velha xícara
onde, "de volta" ao passado,
a menina que mora em mim
revive as boas lembranças,
diluindo a minha saudade
nos natais da "nossa" infância. 

                                   ~ Isabel Pakes



domingo, 30 de novembro de 2014


Indivi/dualidade

Eu te amo tanto,
que para mensurar o quanto
preciso, antes, transpor o universo
ou transcender a eternidade.

Este amor assim, tão profundo e arraigado,
eu sei, eu sinto, é desde sempre!
No princípio - penso - éramos um só,
depois, por um processo natural da VIDA,
viemos conceber a “dualidade” em nós,
perpetuando, assim, "tua" metade em mim.

Sou alma desdobrada de tua alma!
Por isso a emoção tão forte
e a sensação tão clara quando te vi
de que não era a vez primeira e sim
meu reencontro com minha “outra” parte.

Por isso sinto... Sei o que te falta e aflige,
o que te  inquieta e quando,
e como te compensar.
Por isso este amor sem conta, absoluto!
E não importa quanto tempo passe
nem o lugar onde te encontres.
Se vivo é tão somente do sopro que te anima -
- distância alguma me impede desse alento,
pois o que amo em ti é o "meio/eu" de mim. 
                                         
                                           Isabel Pakes


sábado, 14 de junho de 2014



Lembrança

Poema que li 
não lembro onde
nem se de fato li.
Lembrança...?
Deve ter sido um sonho
e tendo acordado esqueci,
restando-me a sensação 
que a poesia esteve aqui.
Motivo para estes versos
que nem sei porque escrevi. 
Lembrança...? Talvez
do que eu nem vivi. 
                                     
                                                      Isabel Pakes


terça-feira, 4 de março de 2014



Restauro

Antes, restaura suas ruínas,
depois sobe a encosta.
No morro da alacridade
a chave da vida plena
só abre de dentro para fora,
quando do alto do sonho
ver-se dissipar a poeira 
e o horizonte dourar-se
ao sol do amor verdade.

                                                      Isabel Pakes

Imagem Google

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014


Conexão

       Porque os homens sonham... e não há divisas nas terras do sonhar... Porque o sono interrompe a vigília, o inconsciente aflora e a voz do silêncio se faz verdade então, limpa de "sons" interferentes, porque sai do mais profundo da alma e se conecta diretamente às estrelas... E as estrelas não fazem segredo com quem tem ouvidos de ouvi-las. Bilac sempre esteve certo! Amai...! 

              Isabel Pakes



domingo, 26 de janeiro de 2014



Meus vizinhos do poste 047

       Debaixo de sol ardente ou de chuva forte, com relâmpagos e trovoadas, o casal age sempre da mesma forma. Às vezes a casa parece vazia, em silêncio, é que ela está lá dentro, ocupada em seus afazeres, penso que tem ovinhos chocando ou então está focada na arrumação da casa. Vez em vez, vem à porta e quebra o silêncio, chama pelo companheiro insistentemente. Demora um pouco, mas, ele chega se anunciando: Bem-te-vi! Bem-te-vi! Pousa no fio à frente dela, conversam...

       Tem vez que lhe traz comidinha no bico ou fios de palha para os reparos da casa, o
 clima anda muito instável, entrega e sai novamente, ruflando as asas. Mas, tem vez que se senta juntinho dela, fica um tempo e lá se vai de novo. Quando está em casa, costumam receber visitas, uma, duas, três ou mais, que pousam nos fios, bem próximos, e conversam animadamente. O assunto deve ser sempre muito interessante, pois as "vozes" são entusiásticas, a barulhada é grande. 

     É assim desde a entrada do dia até o anoitecer, quando ele também se recolhe. Choveu pesado de madrugada, lembrei-me deles naquele ninho aparentemente tão frágil, pobrezinhos - pensei. Aparentemente, pois amanheceu inteiro, necessitando apenas de alguns reparos à entrada, e os seus moradores acordaram cantando, felizes!
     
     Isabel Pakes

Imagem BelPakes