"O amor é a força mais sutil do mundo." -- Mahatma Gandhi

domingo, 26 de janeiro de 2014



Meus vizinhos do poste 047

       Debaixo de sol ardente ou de chuva forte, com relâmpagos e trovoadas, o casal age sempre da mesma forma. Às vezes a casa parece vazia, em silêncio, é que ela está lá dentro, ocupada em seus afazeres, penso que tem ovinhos chocando ou então está focada na arrumação da casa. Vez em vez, vem à porta e quebra o silêncio, chama pelo companheiro insistentemente. Demora um pouco, mas, ele chega se anunciando: Bem-te-vi! Bem-te-vi! Pousa no fio à frente dela, conversam...

       Tem vez que lhe traz comidinha no bico ou fios de palha para os reparos da casa, o
 clima anda muito instável, entrega e sai novamente, ruflando as asas. Mas, tem vez que se senta juntinho dela, fica um tempo e lá se vai de novo. Quando está em casa, costumam receber visitas, uma, duas, três ou mais, que pousam nos fios, bem próximos, e conversam animadamente. O assunto deve ser sempre muito interessante, pois as "vozes" são entusiásticas, a barulhada é grande. 

     É assim desde a entrada do dia até o anoitecer, quando ele também se recolhe. Choveu pesado de madrugada, lembrei-me deles naquele ninho aparentemente tão frágil, pobrezinhos - pensei. Aparentemente, pois amanheceu inteiro, necessitando apenas de alguns reparos à entrada, e os seus moradores acordaram cantando, felizes!
     
     Isabel Pakes

Imagem BelPakes



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