"O amor é a força mais sutil do mundo." -- Mahatma Gandhi

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011



Lembranças de uma Árvore de Natal


Morávamos à beira-linha
e a nossa porta de entrada 
grande e escancarada
deixava ver lá de fora
a nossa Árvore de Natal,
um galho enorme de cedrinho
“plantado” a um canto da sala -
- o ponteiro quase tocando o teto,
enfeitado de pingentes coloridos
e flocos de algodão,
e mais as luzinhas pisca-piscando
projetando nas paredes 
uma linda sombra rendada
em cores que se alternavam,
e, em nós, ternura e fascinação.
Arte e esmero do nosso pai.
Saudade!

Naquela noite, lembro-me bem, revivo...  

Com os olhos da memória
vejo o trem parando diante da nossa casa
e os passageiros se apinhando 
nas janelas de um vagão;
e ouço as vozes de espanto em eufórica exclamação:
Vejam! Vejam lá, a Árvore de Natal! 
Vejam, que linda! Que linda!

Surpresa, admiração, alegria! 
Adultos, jovens e crianças, 
pessoas desconhecidas
vindo, sabe-se lá de onde,
indo, sabe-se lá para onde,
ali, nos rejubilando!
Breves instantes de intensa emoção!
Mas, quando o trem deu a partida, 
já éramos amigos fraternos
trocando acenos de despedida
e votos esfuziantes
de um Bom e Feliz Natal!

E vieram outros Natais

e mais outros e mais outros,
E é de novo... E eu não esqueço.
O trem da vida passando
e as luzinhas pisca-piscando
remetem-me sempre à lembrança
daquela Árvore de Natal. 

                                                         Isabel Pakes



                                       
Imagem Google

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