Às tardes
Às tardes, o horizonte pintado de sol poente
é o porto onde ancoram meus olhos,
barcos de esperanças.
As nuvens franjadas de ouro, súditas fiéis,
reverenciam o grande rei que é posto.
A primeira estrela aparece prenunciando o luto.
Pesaroso o céu se despe de sua veste azul.
A luz se ausenta.
O dia é morto. Mais um...
Meus olhos, nascidos pranteadores,
envolvidos nesse rito, fazem água.
Náufragos crepusculares, retornam a mim vazios,
porém ávidos de uma nova razão...
E tudo recomeça.
Lá se vão estes barcos contumazes
navegar por entre estrelas,
içar dos sonhos o novo amanhecer.
Isabel Pakes
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